Relatório Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020

26-11-2020

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgam o relatório anual sobre a situação da infeção por vírus da imunodeficiência humana (VIH) e à síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) em Portugal, elaborado pela Unidade de Referência e Vigilância Epidemiológica do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, em colaboração com o Programa Nacional para a Infeção VIH e SIDA (PNVIHSIDA) da DGS.

Além de divulgar informação epidemiológica nacional relativa à infeção por VIH e SIDA, o presente documento visa também informar relativamente à atividade desenvolvida em diferentes áreas de atuação do PNVIHSIDA, durante o ano de 2019. O relatório reúne informação epidemiológica que caracteriza a situação em Portugal a 31 de dezembro de 2019, obtida a partir das notificações de casos de infeção por VIH e SIDA que o INSA recebe, colige e analisa desde 1985.

Dos resultados e conclusões apresentadas no documento, destaca-se o seguinte:

  • De acordo com as notificações recebidas até 30 de junho do corrente ano, em 2019 foram diagnosticados 778 novos casos de infeção por VIH em Portugal, o que equivale a uma taxa de 7,6 casos/100 mil habitantes, não ajustada para o atraso da notificação. Foram ainda notificados 172 novos casos de SIDA e 197 óbitos ocorridos em 2019 em casos de infeção por VIH ou SIDA. Encontram-se registados cumulativamente 61.433 casos de infeção por VIH, dos quais 22.835 casos em estádio SIDA, em que o diagnóstico aconteceu entre 1983 e final de 2019. No mesmo período, foram notificados 15.213 óbitos em casos de infeção por VIH.
  • Os novos diagnósticos em 2019 ocorreram maioritariamente (50,4%) em residentes na Área Metropolitana de Lisboa, com uma taxa de diagnóstico de 13,7 casos/100 mil habitantes. A maioria (69,3%) registou-se em homens, a idade mediana ao diagnóstico foi 38 anos, a taxa de novos diagnósticos mais elevada observou-se no grupo etário 25-29 anos (22,1 casos/100 mil habitantes), entre os homens com essas idades a taxa de diagnóstico foi de 33,3 casos/100 mil habitantes;
  • À data do diagnóstico da infeção 15,0% dos casos apresentavam patologia indicadora de SIDA e os valores das contagens iniciais de linfócitos TCD4+ revelaram que em 49,7% dos novos casos o diagnóstico foi tardio e que 30,9% dos casos tinham critério de doença avançada. As mais elevadas percentagens de diagnósticos tardios foram observadas em homens heterossexuais (67,3%), em casos com idades ≥ a 50 anos (68,1%) e em residentes na região Centro do país (71,4%);
  • Em 97,3% dos casos a transmissão ocorreu por via sexual, com 57,8% a referirem contacto heterossexual. Os casos em homens que fazem sexo com homens (HSH) corresponderam a 56,7% dos casos diagnosticados de sexo masculino e apresentaram uma idade mediana de 30 anos. As infeções associadas ao consumo de drogas injetadas constituíram 2,1% dos novos diagnósticos em que é conhecida a via de transmissão;
  • A análise das tendências temporais da epidemia nacional revela, para a última década, uma descida de 47% no número de novos diagnósticos de infeção por VIH e de 65% nos casos que atingiram o estádio SIDA. As tendências recentes revelam ainda um aumento da proporção de casos do sexo masculino, bem como da idade mediana ao diagnóstico, excetuam-se os casos de HSH, que ocorrem com maior frequência em jovens;
  • As estimativas revelaram que no final de 2018 viviam em Portugal 41.305 com infeção por VIH, 6,8% das quais não estavam diagnosticadas, valor que entre os heterossexuais homens ascende a 13,1%; São também apresentadas estimativas preliminares para as 10 cidades nacionais que aderiram à iniciativa Cidades na via Rápida para acabar com o VIH, que revelam que em 7 destes municípios mais de 90% das pessoas que vive com VIH estão diagnosticadas.

Consulte o relatório em acesso aberto aqui.

 

imagem do post do Relatório Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020