Organização Mundial da Saúde divulga lista de fungos prioritários de maior impacto na saúde

28-10-2022

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, dia 25 de outubro, a primeira lista de “fungos patogénicos prioritários”, na qual enumera 19 espécies de agentes fúngicos que representam uma ameaça para a saúde pública, devido a riscos de mortalidade e/ou morbilidade. A publicação tem como objetivo fortalecer a resposta global às infeções fúngicas e à resistência aos antifúngicos.

Para tal, a OMS recomenda três grandes áreas de ação: realização de vigilância das infeções fúngicas; mais investigação e desenvolvimento nesta área e atuação em Saúde Pública. Esta lista de agentes fúngicos patogénicos prioritários é o primeiro esforço global no sentido de uma priorização dos agentes fúngicos mencionados, considerando as enormes lacunas no conhecimento, a falta de investimento em investigação e desenvolvimento e o cada vez maior risco destas infeções fúngicas e da emergência de resistência aos antifúngicos utilizados no seu tratamento.

O Laboratório Nacional de Referência de Infeções Parasitárias e Fúngicas (LNR-URSZ) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) tem, desde há vários anos, desenvolvido a sua atividade em alinhamento com o indicado pela OMS, tanto através da implementação de redes de vigilância em infeções fúngicas invasivas e em epidemiologia e resistências de Aspergillus, como do desenvolvimento e implementação de novas metodologias, e da realização de métodos de referência, e implementação de ensaios interlaboratoriais.

À semelhança do agora recomendado no documento da OMS, o LNR de Infeções Parasitárias e Fúngicas do INSA participa também em grupos de trabalho a nível nacional e internacional, na promoção de programas de avaliação externa da qualidade e dá formação específica em micologia clínica e laboratorial integrada na formação médica e de saúde pública.

A OMS refere ainda a importância do conceito One Health associado à emergência das resistências aos antifúngicos. Neste sentido, vários trabalhos de investigação e vigilância têm vindo a decorrer no LNR-URSZ, como a pesquisa de alguns dos fungos descritos nesta lista em diferentes origens: humana, animal e ambiente.

Por outro lado, o relatório publicado pela OMS sublinha também uma necessidade clara de intervenções de saúde pública realizadas com base em evidências, tanto em termos de impacto da doença quanto na melhoria da prestação de cuidados. Em relação a esta última área de ação, o papel do INSA passa por colaborar ativamente para a produção de evidências técnico-científicas que contribuam para que tal aconteça.

Priorização de acordo com o grau de severidade da doença causada, possibilidade de emergência de resistências aos antifúngicos e outros desafios inerentes ao seu tratamento. Os fungos selecionados foram caracterizados em três grupos de prioridade (crítico, alto e médio).

 

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