Instituto Ricardo Jorge atualiza relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2
23-12-2020
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza um novo relatório de situação sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2, desenvolvido no âmbito do “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, realizado em colaboração com o Instituto de Gulbenkian de Ciência (IGC). O documento resume a distribuição e frequência das variantes genéticas do SARS-CoV-2 detetadas em Portugal desde o início de novembro.
De acordo com o mais recente relatório, foram analisadas, até à data, 2234 sequências do genoma do novo coronavírus SARS-CoV-2, obtidas de amostras colhidas em 68 laboratórios/hospitais/instituições, representando 199 concelhos de Portugal. Nesta atualização foram inseridas mais 449 sequências do genoma de SARS-CoV-2, colhidas desde o início de novembro em 19 laboratórios/hospitais colaboradores dispersos por todo território nacional, estando representados 16 distritos de Portugal Continental e da Região Autónoma dos Açores, num total de 113 concelhos.
Do total de vírus sequenciados pelo INSA e pelo IGC, não se encontrou qualquer vírus com a combinação de mutações apresentada pela variante atualmente a circular no Reino Unido ou pelas variantes associadas a surtos de SARS-CoV-2 em explorações de martas na Dinamarca.
Ainda segundo o relatório de situação agora divulgado, as três variantes mais frequentes do coronavírus SARS-CoV-2, cada uma delas reconhecida por uma alteração diferente na proteína Spike (A222V, S477N ou S98F), foram detetadas em todas as regiões de Portugal Continental, sugerindo que terão sido estas variantes as principais corresponsáveis pela segunda vaga epidémica de SARS-CoV-2. A variante A222V representa cerca de 70% dos genomas virais analisados.
O relatório do INSA destaca ainda o facto de não ter sido detetada a variante genética que marcou a primeira vaga da epidemia de COVID-19 em Portugal (com a mutação na Spike D839Y; ver relatório de 21 de agosto) nos genomas analisados da segunda vaga, o que sugere que as medidas de saúde pública implementadas terão mitigado a continuação da sua transmissão.
O INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal“, desde o passado mês de abril, através da análise do genoma do novo coronavírus. Este trabalho de âmbito nacional tem como objetivo principal determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal.
Mais informações sobre este estudo coordenado pelo INSA podem ser obtidas aqui.
