As doenças transmitidas por vetores (mosquitos e carraças) emergiram ou reemergiram como resultado das alterações climáticas, demográficas e sociais, alterações genéticas nos agentes infeciosos, resistência dos vetores a inseticidas e mudanças nas práticas de saúde pública. Para avaliar o risco de vetores e doenças transmitidas por estes, é necessário monitorizar a introdução de novos vetores em novas regiões geográficas e determinar a atividade dos agentes infeciosos.
Estas doenças são evitáveis, já que os métodos de controlo e prevenção são amplamente conhecidos, sendo necessário conhecer a área geográfica de distribuição para que possam ser estabelecidas medidas, com o objetivo de mitigar os efeitos na população. Para isso, é necessário saber quais as espécies de vetores que estão presentes, a sua abundância, taxas de infeção para cada agente por área geográfica, o seu período de atividade, principais hospedeiros e fatores de risco para a população exposta ao contato com estes vetores.
A criação da Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE) deveu-se principalmente à necessidade de instalar capacidades nas regiões, para aumentar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes, sua distribuição e abundância, impacte das alterações climáticas, explicar o seu papel como vetores e para detetar espécies invasoras em tempo útil, com importância na saúde pública. O Instituto Ricardo Jorge, como autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, participa no REVIVE através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI).
O primeiro protocolo REVIVE (2008-2010) foi criado como uma rede entre a Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde do Algarve, do Alentejo, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte e o Instituto Ricardo Jorge. O segundo protocolo REVIVE (2011-2015) prorrogou a vigilância para incluir também as carraças vetores com importância em Saúde Pública em Portugal.
Desde a sua implementação, o REVIVE-Mosquitos e o REVIVE-Carraças têm contribuído para o conhecimento ecoepidemiológico das espécies vetor presentes nas várias regiões do Pais, a sua distribuição e abundância, bem como clarificar o seu papel como vetores de agentes de doença.
O REVIVE tem como objetivos:
- Monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos;
- Caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal;
- Identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.
Os relatórios detalhados do programa REVIVE são enviados anualmente às Administrações Regionais de Saúde e à Direção-Geral de Saúde. A publicação do resumo geral é disponibilizada, anualmente, pelo Instituto Ricardo Jorge.
Consultar os relatórios REVIVE:
- Relatório REVIVE 2022 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2021 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2020 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2019 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2018 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2017 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2016 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2011-2015 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2014 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2013 – Culicídeos e Ixodídeos
- Relatório REVIVE 2012 – Culicídeos e Ixodídeos (excerto)
- Relatório REVIVE 2011 – Culicídeos e Ixodídeos (excerto)
- Relatório REVIVE 2010 – Culicídeos (excerto)
- Relatório REVIVE 2008/2009 – Culicídeos
Outras publicações:
- Livro “Doenças associadas a artrópodes vetores e roedores”
- Folheto “Aproveite o ar livre, mas esteja atento aos mosquitos”
- Folheto “Aproveite o ar livre, mas esteja atento às carraças”
- Folheto “Aproveite o ar livre, mas esteja atento aos flebótomos”
Contactos:
cevdi@insa.min-saude.pt