O Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Genética Humana, desenvolve atividades no domínio dos determinantes genéticos da saúde e da doença, designadamente através de abordagens de índole epidemiológica, clínica, citogenética, bioquímica ou de genética molecular, e garante o planeamento e a execução do programa nacional de diagnóstico precoce.
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Devido à sua raridade, gravidade e diversidade, as doenças genéticas constituem um importante problema de saúde pública, se bem que sem o adequado reconhecimento social. Estima-se que cerca de 5 por cento da população europeia esteja afetada de uma doença genética o que, em Portugal, significa mais de 500 mil pessoas.
Tipicamente, a abordagem passa pela avaliação da magnitude do problema na população residente, pela caracterização da sua arquitectura etiológica (cromossómica, bioquímica ou genómica) e pela elucidação das respectivas vias fisiopatológicas. Desta abordagem descritiva/interpretativa resultam frequentemente novas intervenções a nível de rastreio, diagnóstico, prognóstico e/ou prevenção da patologia em causa.
Complementarmente à convencional abordagem por doenças, no Departamento de Genética Humana (DGH) do Instituto Ricardo Jorge, vêm sendo, progressivamente, considerados os mecanismos biológicos fundamentais que subjazem a uma grande diversidade de problemas de saúde, incluindo, para além das doenças monogénicas, as multifactoriais (transmissíveis e não-transmissíveis). Esta perspetiva foi tornada possível pela aplicação de tecnologias globais (ditas “ómicas”) desenvolvidas na sequência dos programas de estudo dos genomas.
Atualmente, o DGH ocupa-se do estudo dos seguintes aspectos de genómica funcional:
- Doenças genómicas e regulação génica a longa distância
- Metabolismo do RNA
- Proteómica
- Tráfego intracelular de proteínas
- Vias de sinalização da proliferação celular
A atividade de I&D em genotoxicidade ambiental visa contribuir para o conhecimento da interação gene-ambiente focando, essencialmente, os seguintes aspectos:
- identificação e caracterização de efeitos genotóxicos de agentes ambientais (químicos, físicos e biológicos) em sistemas celulares, em modelos animais e no homem;
- elucidação dos mecanismos moleculares subjacentes a esses efeitos;
- e identificação de fatores genéticos moduladores da resposta individual a xenobióticos.
No que se refere à função observatório, salienta-se o seu papel na biomonitorização de grupos da população portuguesa expostos (exposição ocupacional, ambiental ou acidental) a agentes potencialmente mutagénicos e/ou carcinogénicos, com o intuito de gerar conhecimento que suporte ações de prevenção do impacto negativo da exposição na saúde humana.
A função referência concretiza-se através da colaboração em projectos internacionais de harmonização e validação de ensaios de genotoxicidade. Por outro lado, o apoio à decisão clínica realiza-se através da oferta do diagnóstico de síndromes raros de instabilidade cromossómica e do estabelecimento de linhas linfocitárias imortalizadas de doentes com patologias genéticas, destinadas ao seu diagnóstico e/ou investigação.
Desenvolvimento e execução de ensaios moleculares no âmbito da investigação e da prestação de serviços, com aplicação comum a diferentes áreas temáticas e empregando tecnologia de ponta. Nesta área, são ainda desenvolvidas e avaliadas as condições de aplicação de novas tecnologias, necessárias à realização de exames laboratoriais e de investigação.
As atividades de I&D desenvolvidas nesta área visam caracterizar vias de sinalização em linhas celulares.
Já foram identificadas, pelas equipas de investigação do Instituto Ricardo Jorge, novas moléculas de sinalização e, atualmente, encontram-se em analise as suas funções fisiológicas e patológicas.
Encontra-se em estudo a subfamília de proteínas cinases WNK, composta por quatro genes no genoma humano. Estão em curso projetos sobre o seu papel na tumorigénese do cérebro, na regulação da absorção celular da glicose ou na regulação de canais iónicos. É igualmente estudado o papel da GTPase Rac1 e da sua variante de splicing alternativo, Rac1b, na regulação da transcrição génica e na tumorigénese do cólon.