O novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela doença Covid-19, foi identificado pela primeira vez em janeiro de 2020 na China, na cidade de Wuhan. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na cidade de Wuhan.
O diagnóstico laboratorial do SARS-CoV-2 (por RT-PCR) é realizado em laboratórios hospitalares da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do SARS-CoV-2, na rede complementar de laboratórios privados, laboratórios de Universidades e Centros de Investigação e outros laboratórios habilitados para o efeito – consulte aqui as instituições que fazem parte dessa rede.
De entre estes laboratórios, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge funciona como Laboratório de Referência Nacional.
Saiba mais sobre a Covid-19 consultando as respostas às seguintes perguntas:
O que é um coronavírus?
Os coronavírus são uma família de vírus conhecidos por causar doença no ser humano. A infeção pode ser semelhante a uma síndrome gripal comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia.
Porque se chama coronavírus?
Os coronavírus são conhecidos desde os anos 60, estando a sua designação associada à forma que apresentam quando observados por microscopia eletrónica, apresentam uma forma redonda com projeções na superfície fazendo lembrar uma coroa. É conhecida uma grande diversidade de coronavírus, especialmente no reino animal.
São conhecidos quatro coronavírus (CoV) que atualmente circulam na população humana: CoV NL63 e CoV 229E (Alfacoronavirus), CoV HKU1 e CoV OC43 (Betacoronavirus). Além destes vírus provocam também doença em humanos os vírus SARS-CoV e MERS-CoV.
O que é este novo coronavírus?
O novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, é responsável pela doença Covid-19 e foi identificado pela primeira vez em janeiro de 2020 na China, na cidade de Wuhan. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na cidade de Wuhan. A fonte da infeção é ainda desconhecida.
Como se transmite?
Por ser agente de infeção respiratória, o coronavírus transmite-se mais frequentemente por aerossóis e gotículas de secreções respiratórias. A transmissão do vírus através de objetos e superfícies contaminadas pode ocorrer, mas de forma mais limitada, pois estes microrganismos são sensíveis à secura e humidade, não sendo viáveis no meio ambiente por longos períodos de tempo.
Quais os sinais e sintomas?
As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infeção respiratória aguda como febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.
Qual o risco?
A avaliação de risco encontra-se em atualização permanente, de acordo com a evolução do surto. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitem comunicados diários com o sumário da informação e recomendações mais recentes.
Existe uma vacina?
Não existe atualmente vacina disponível para uso pela população. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento.
Existe tratamento?
O tratamento para a infeção por Covid-19 é dirigido aos sinais e sintomas apresentados. Alguns medicamentos antivirais já utilizados noutras doenças virais têm revelado alguma eficácia no tratamento desta doença.
Depois de ter Covid-19 fico imunizado para sempre?
Desconhece-se até ao momento a evolução da imunidade nos doentes com COVID-19. Os estudos com doentes com COVID-19 mostram que as pessoas que tiveram contacto com o vírus desenvolvem anticorpos contra o vírus, no entanto, o conhecimento é mais limitado em relação a pessoas que não desenvolveram sintomas mas que tiveram contacto com o vírus. Não se sabe ainda quanto tempo uma pessoa pode estar protegida após ter tido uma infeção pelo novo coronavírus.
O que é a imunidade de grupo?
Imunidade de grupo refere-se à resistência de uma comunidade ou grupo populacional à transmissão de um determinado agente infecioso, quando a maioria da população está imune, levando à proteção indireta dos não imunes. É um conceito habitualmente usado em relação à doenças evitáveis por vacinação.
Diz-se que há imunidade de grupo quando uma proporção suficiente dos membros da população está imune contra determinado agente infecioso (por infeção natural ou através de vacinação), levando a que a probabilidade de o agente infetar um indivíduo suscetível nessa população seja muito baixa. Quando tal acontece o risco de transmissão na população é muito baixo, e os indivíduos suscetíveis são indiretamente protegidos.
A proporção dos indivíduos que precisam de estar imunes para alcançar a imunidade de grupo varia com o agente infecioso em função da sua capacidade de transmissão pessoa-a-pessoa, mas também com a distribuição dos indivíduos imunes e suscetíveis na população.
Quanto maior for a capacidade de transmissão pessoa-a-pessoa do agente infecioso, então maior deverá ser a proporção de pessoas imunes na população para alcançar a imunidade de grupo. Por outro lado, se os indivíduos suscetíveis viverem numa mesma região ou tiverem relações de proximidade, criam-se condições para que o agente infecioso circule nesses grupos mesmo que grande parte da população esteja imune.
A partir da capacidade de transmissão da infeção em populações totalmente suscetíveis (R0), estima-se que para alcançar uma hipotética imunidade de grupo na COVID-19 será necessário que mais de metade da população esteja imune. O valor deste limiar é calculado a partir do número médio de pessoas infetadas por cada doente: se cada doente com COVID-19 infetar entre 2 e 3 pessoas, a proporção da população que precisa de estar imune para se alcançar uma hipotética imunidade de grupo variará entre 50% e 67%.
Como me posso proteger?
As medidas de prevenção da doença, na ausência de uma vacina específica para este novo vírus, passam muito pelas regras de higienização frequente das mãos, etiqueta respiratória e evitar o contacto com casos de infeção pelo novo coronavírus.
Nas áreas afetadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda:
- Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo);
- Lavar as mãos frequentemente. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes;
- Evitar contacto próximo com pessoas com infeção respiratória.
Como viajante, o que devo fazer?
- A OMS não recomenda restrições de viagens, comércio ou produtos, de momento e com base no conhecimento atual. No entanto, existem áreas do globo com transmissão Comunitária ativa em que o risco de contágio é elevado.
- Os viajantes regressados das áreas afetadas que apresentarem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, devem ligar 808 24 24 24 (SNS24), antes de se deslocarem a um serviço de saúde, informando sobre a sua condição de saúde e história de viagem, seguindo as orientações que lhes sejam dadas. Por regra não se recomenda qualquer tipo de isolamento de pessoas sem sintomas.
Como é feito o diagnóstico laboratorial da infeção Covid-19?
A deteção laboratorial da Covid-19 é feita através da metodologia de amplificação dos ácidos nucleicos, pela reação de polimerase em cadeia (Polymerase Chain Reaction – PCR) em tempo real.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, tem também disponível a metodologia de sequenciação de nova geração, para o estudo do genoma do novo coronavírus (análise filogenética e deteção de mutações).
O PCR é constituído por três reações de amplificação dirigidas a duas diferentes regiões do genoma viral, sendo que um caso confirmado apresentará as três reações de PCR positivas.
O que é a metodologia de PCR em tempo real?
É uma técnica laboratorial utilizada na biologia molecular que consiste numa amplificação (multiplicação) de uma região específica do genoma viral. Para tal, é utilizada uma enzima resistente a altas temperaturas (polimerase) que incorpora nucleótidos a uma temperatura específica numa reação em cadeia, que se repete gerando milhares a milhões de cópias do genoma do vírus, tornando a sua deteção possível mesmo que em pequenas quantidades nas amostras biológicas.
Quais os casos que são submetidos a diagnóstico laboratorial?
De acordo com a orientação n.º 2/2020 da DGS, são submetidos a diagnóstico laboratorial no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge os casos suspeitos de infeção pelo SARS-CoV-2 que estejam sob investigação, que tenham sido validados pela Linha de Apoio ao Médico e se encontrem num hospital onde o diagnóstico laboratorial para o novo coronavírus não esteja disponível.
O que é um caso suspeito?
Aquele em que se verifica a existência em simultâneo de critérios clínicos (infeção respiratória aguda grave, requerendo ou não hospitalização) com ou sem critérios epidemiológicos (história de viagem para áreas com transmissão comunitária ativa nos 14 dias antes do início de sintomas ou contacto com caso confirmado ou provável de infeção por SARS-CoV-2/Covid-19 nos 14 dias antes do início dos sintomas ou profissional de saúde ou pessoa que tenha estado numa instituição de saúde onde são tratados doentes com Covid-19).
É ainda considerado caso suspeito o doente com infeção respiratória aguda grave, requerendo hospitalização, sem outra etiologia.
Porque motivo só são submetidos a diagnóstico laboratorial casos suspeitos?
O diagnóstico laboratorial permite a deteção do vírus SARS-CoV-2 e a implementação de medidas de isolamento e de contenção da transmissão para os doentes com infeção confirmada por SARS-CoV-2. Desta forma e por serem um recurso muito importante para a identificação de futuros casos de infeção, os testes laboratoriais devem ser utilizados com um critério rigoroso, de acordo com a definição de caso suspeito com necessidade de investigação laboratorial.
Quais os laboratórios habilitados para o diagnóstico laboratorial de Covid-19?
Para além do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, os laboratórios que integram a Rede Portuguesa de Laboratórios para o diagnóstico da Gripe dispõem também de capacidade para a deteção laboratorial do novo coronavírus (SARS-CoV-2), capacitando o país nas diferentes regiões para a deteção precoce dos casos de doença associados ao coronavírus (COVID-19).
Existem ainda várias instituições universitárias, de investigação e outras, assim como laboratórios privados, com capacidade para o diagnóstico SARS-CoV-2. Consulte a lista de laboratórios aqui.
Enquanto Laboratório Nacional de Referência, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge é nesta fase responsável pela realização do diagnóstico do SARS-CoV-2 e pela caraterização dos vírus detetados através da sequenciação do genoma total do vírus. São também funções do laboratório de referência a prestação de orientações técnico-científicas aos laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do novo coronavírus e parceiros.
Onde posso encontrar mais informações?
Mais informações sobre Covid-19 podem ser obtidas nos sites das seguintes instituições:
Quais as orientações técnicas da DGS sobre Covid-19?
- Orientação nº 018/2020 de 30/03/2020 (NOVO) – COVID-19: FASE DE MITIGAÇÃO – Gravidez e Parto
- Orientação nº 009/2020 de 11/03/2020 atualizada a 27/03/2020 (NOVO) – Infeção por SARS-COV-2 (COVID-19) – Procedimentos para Estruturas Residenciais para Idosos /ERPI), Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI) e outras respostas dedicadas a pessoas idosas
- Orientação nº 017/2020 de 25/03/2020 – COVID-19: FASE DE MITIGAÇÃO – Doentes com Doença Renal Crónica em Hemodiálise – REVOGADA
- Orientação nº 016/2020 de 23/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Serviços prisionais e tutelares
- Orientação nº 015/2020 de 23/03/2020 – COVID-19: Diagnóstico Laboratorial
- Orientação nº 014/2020 de 21/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Limpeza e desinfeção de superfícies em estabelecimentos de atendimento ao público ou similares
- Orientação nº 013/2020 de 21/03/2020 – Profissionais de Saúde com Exposição a SARS-CoV-2 (COVID-19)
- Orientação nº 012/2020 de 19/03/2020 Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Recolha, Transporte e Tratamento dos Resíduos Hospitalares
- Orientação nº 011/2020 de 17/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Medidas de prevenção da transmissão em estabelecimentos de atendimento ao público
- Orientação nº 010/2020 de 16/03/2020 – Isolamento por SARS-COV-2 (COVID-19) – Distanciamento Social e Isolamento
- Orientação nº 009/2020 de 11/03/2020 atualizada a 20/03/2020 – Infeção por SARS-COV-2 (COVID-19) – Procedimentos para Estruturas Residenciais para Idosos /ERPI), Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI) e outras respostas dedicadas a pessoas idosas
- Orientação nº 009/2020 de 11/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Procedimentos para Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e outras respostas dedicadas a pessoas idosas – REVOGADA
Orientação nº 008/2020 de 10/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Procedimentos de prevenção, controlo e vigilância em hotéis - Orientação nº 007/2020 de 10/03/2020 (atualizada a 16/03/2020) – Infeção pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) – COVID-19 – Eventos de Massas
- Orientação nº 007/2020 de 10/03/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Eventos de Massa – REVOGADA
- Orientação nº 006/2020 de 26/02/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Procedimentos de prevenção, controlo e vigilância em empresas
- Orientação nº 005/2020 de 26/02/2020 – Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Procedimentos para portos e viajantes por via marítima
- Orientação nº 004/2020 de 01/02/2020 – Infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) – Procedimentos de vigilância de aeroportos e viajantes por via aérea
- Orientação nº 003/2020 de 30/01/2020 – Prevenção e Controlo de Infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) – REVOGADA
- Orientação nº 002A/2020 de 25/01/2020 atualizada a 09/03/2020 – Doença pelo novo Coronavírus (COVID-19) – Nova definição de caso – REVOGADA
- Orientação nº 002/2020 de 25/01/2020 atualizada a 10/02/2020 – Infeção pelo novo Coronavírus (2019-nCoV) – REVOGADA